requiem pelo carvalho da ponte

agosto de 2012


Ó ponte, desmorona-te, deita-te, 

atira-te de ti abaixo! 

Tu, ponte, davas nome ao carvalho. 

De nada serves, se esse não existe,

Ó ponte!

desmorona-te, despenha-te 

deita-te, de ti abaixo!

Foge da sombra do arbusto

que deixaram no lugar daquele 

que é razão de haver teu nome.

Ó ponte, deita-te de ti abaixo, 

atira-te ao rio dos séculos!

Empurra-te para longe das margens

selvagens, umas de pensamento,

outras sem sentimento. 

Sem ele de nada serves, ó Ponte.



*requiem por um carvalho da ponte